A produção diminuída de saliva (XEROSTOMIA), resultando em boca seca, está associada ao uso de vários medicamentos, assim como à radioterapia de cabeça e pescoço, entre outras patologias.
A xerostomia pode causar disfagia através de dois mecanismos.
No primeiro, a secura da mucosa pode conduzir á alteração na formação e no transporte do bolo, aumentando a sensação do indivíduo de possuir um problema na deglutição.
O segundo mecanismo é seu efeito na fase esofagiana, após o indivíduo experimentar o refluxo ácido, a saliva serve para ajudar no retorno do ácido ao estômago, sendo um mecanismo importante de defesa contra o desenvolvimento de esofagite. A saliva deglutida possui bicarbonato, que neutraliza o ácido e, portanto, protege o esôfago do refluxo gastroesofágico. E toda essa defesa está diminuída quando um indivíduo apresenta xerostomia, aumentando a probabilidade de injúria na extensão do esôfago.
E medicamentos que afetam a musculatura lisa, neurotransmissores, ou ambos, podem piorar ou melhorar as contrações esofagianas. Já medicamentos antagonistas alfa ou beta adrenérgicos, anticolinérgicos, barbitúricos, benzodiazepinas, bloqueadores de canais de cálcio, dopaminérgicos, metilxantinas e nitratos diminuem a pressão do esfíncter inferior do esôfago.
Por outro lado, antiácidos, agonistas alfa adrenérgicos, antagonistas beta adrenérgicos, agonistas colinérgicos e agentes pró-cinéticos aumentam a pressão do esfíncter inferior do esôfago.
A ingestão aguda de álcool, assim como a crônica, causam alteração da motilidade esofagiana. A ingestão aguda causa redução da pressão do esfíncter esofagiano inferior e inibe o seu relaxamento. O etanol também diminui a amplitude das contrações esofagianas e as prolonga, mas não tem efeito na sua velocidade. Com o passar do tempo, ou seja, com o uso crônico de álcool, este efeito diminui. Entretanto, em indivíduos com história de alcoolismo, durante a retirada do álcool chamada abstinência, pode ocorrer déficit de motilidade, com aumento na amplitude das contrações esofagianas.
Portanto, é essencial avaliar o uso de medicamentos e de álcool antes de tratar um paciente com disfagia.
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