PARALISIAS VOCAIS

A laringe é parte fundamental da comunicação oral, expressando por meio da voz grande parte dos sentimentos humanos.

Quando algo de anormal acontece em um dos diversos componentes da laringe e/ou em alguns dos nervos responsáveis por sua inervação, observam-se alterações que podem interferir na qualidade de vida. Dentre as principais funções desempenhadas pela laringe podemos citar: respiratória, esfincteriana e a fonatória.

A laringe é inervada pelos ramos do nervo vago (X par craniano), nervo laríngeo recorrente (inferior) e nervo laríngeo superior, os quais possibilitam a inervação motora e sensitiva da laringe. A mobilidade da musculatura intrínseca da laringe é proporcionada pela ação sinérgica dos músculos tensores (tireoaritenóideo, vocalis e cricotireóideo), adutores (cricoaritenóideo lateral e interaritenóideo) e abdutor (cricoaritenóideo posterior).

A adequação das funções respiratória, fonatória e de deglutição dependem da integridade neurofisiológica e anatômica de todas estruturas envolvidas nessas funções.

As causas mais freqüentes de paralisias da laringe são: compressivas (aneurisma da aorta ou artéria subclávia, estenose mitral, pericardite, tumores da glândula tireóide, hipofaringe, esôfago, traquéia, mediastino e dos pulmões), traumáticas por causas externas ou cirúrgicas (tireoidectomias, traqueostomias, cirurgias da laringe, após irradiação da tireóide, timo e mediastino), neurites periféricas tóxicas (mercúrio, chumbo, arsênico e álcool), infecções (escarlatina, difteria, influenza), além das causas indeterminadas (idiopáticas). São pouco freqüentes as paralisias da laringe por lesões centrais.

Cerca de 90% das paralisias da laringe são decorrentes de comprometimentos periférico dos nervos laríngeos superior e recorrente.

Os canceres são os motivos mais freqüentes da paralisia laríngea, podendo estar localizados em diferentes regiões.

As paralisias podem ocorrer por danos no nervo laríngeo superior, inferior ou ambos.  As lesões do nervo laríngeo superior geralmente passam despercebidas, devido à pobreza dos sintomas. As pregas vocais conservam os seus movimentos, porém a prega lesada fica ligeiramente arqueada e há rotação posterior da laringe para o lado da lesão.

O nervo laríngeo recorrente esquerdo encontra-se mais vulnerável à lesão quando comparado ao nervo laríngeo recorrente direito, devido ao seu trajeto mais longo.

Através do exame clínico otorrinolaringológico e por meio do exame laringológico, telelaringoscopia, nasofibrolaringoscopia ou estroboscopia laríngea é possível a observação da mobilidade da mucosa, no que se refere à simetria, amplitude, fase e regularidade de vibração, permitindo verificar a presença de imobilidade e inferir sobre uma possível causa, lembrando que a freqüência de prega vocal imóvel sem causa definida clinicamente é alta. Aproximadamente 30% das paralisias são de origem idiopática. Na paralisia idiopática, aproximadamente 60% dos pacientes recuperam espontaneamente a mobilidade das pregas vocais, sem intervenção, por um período de 6 a 12 meses.

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