AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PACIENTE COM PARALISIA DE PREGA VOCAL

Ao recebermos um paciente com diagnóstico de paralisia da prega vocal primeiramente devemos realizar uma anamnese.

Um fator importante nesse primeiro momento é sabermos qual a etiologia da paralisia, se congênita, iatrogênica, idiopática, neurológica ou viral.

Frequentemente, neste primeiro contato, o paciente já possui uma avaliação laringológica filmada sem ou com estroboscopia, a qual permite ao fonoaudiólogo uma visão mais minuciosa do caso em questão.

Durante a anamnese, obteremos os dados de identificação do paciente, do encaminhamento, da queixa e do período de duração da alteração funcional. É um excelente momento para se deixar o paciente mais à vontade e assim se iniciar o vínculo da relação terapeuta-paciente. É importante se observar  além das palavras do paciente, alterações na expressão facial, na postura, na ênfase, na inflexão e na prosódia. Outro fator relevante a se observar é a linguagem corporal e a disponibilidade do paciente no seu processo de reabilitação.

Muitas vezes, o paciente vai à procura de um tratamento fonoaudiológico induzido por terceiros, como amigos e familiares. Em relação à queixa, é importante se observar o quanto realmente a alteração está incomodando o paciente. Muitas vezes, durante esse primeiro contato não valorizamos corretamente a queixa do paciente e isso seguramente pode interferir diretamente no processo de reabilitação. É importante sabermos como se iniciou os sintomas, se de forma repentina ou gradual e se as alterações apresentam picos de melhora ou piora.

Embora esse paciente venha encaminhado devido a alterações vocais, respiratórias e/ou de deglutição, devemos interrogá-lo a respeito da sua saúde geral, visto que essas funções dependem da integridade e sincronia de muitos outros órgãos. Assim, é importante o questionamento de queixas ou doenças relacionadas ao sistema respiratório, neurológico, endócrino, cardíaco e gástrico. Se faz uso de medicamentos e se já realizou cirurgias anteriores.

Saber se há antecedentes familiares e pessoais em relação a sua queixa principal, se já houve anteriormente quadros de disfonia, disfagia e/ou de alterações respiratórias. Deve-se caracterizar qual o tipo de tratamento empregado, se medicamentoso, cirúrgico, fonoterápico ou psicológico e os resultados obtidos.

Outro fator a ser investigado é quanto aos hábitos de vida, se tabagista, etilista, se realiza abuso ou mau uso vocal, se é esportista e quais as atividades de lazer. Quanto mais conhecermos os hábitos de vida do paciente melhor conseguiremos adequá-lo ao processo de reabilitação, pois muitas das vezes podemos associar atividades prazerosas ao paciente com a realização de algumas técnicas terapêuticas.

“Direitos reservados ao autor do Texto no livro: FONONCOLOGIA. Não pode ser reproduzido sem o devido crédito parcial ou integral das Autoras do Livro.”