AS PRÁTICAS EM TERAPIAS DO CUIDADOS PALIATIVOS

As práticas dos Cuidados Paliativos são muitas vezes confundidos como indução à morte (eutanásia) ou como a suspensão de todos os tratamentos possíveis. Entretanto, os cuidados paliativos são, segundo a Organização Mundial da Saúde, medidas capazes de promover melhor qualidade de vida à pessoa com alguma doença que ameace a continuidade da vida e sem perspectiva de cura, utilizando-se do controle de dor, sintomas desconfortáveis e suporte emocional, social e espiritual pela equipe multiprofissional. Esses cuidados também são estendidos à família.

A BIOHOUSE Terapia é uma empresa de reabilitação especializada em pacientes idosos, crônicos, com alta dependência e que tem como princípio os cuidados paliativos.

Atuação da fonoaudiologia Em Cuidados Paliativos:

A atuação fonoaudiológica em cuidados paliativos é facilitar comunicação quando possível, melhora quadro pulmonar com deglutição saliva eficiente e em alguns casos com muito cuidado com protocolo de preservação de vias áreas superiores degustação de algum alimento via oral; devido quadro de Disfagia.

A equipe tinha limitações no atendimento ao paciente, já que ele se mantinha hipersecretivo o que dificultava a tentativa de desinsuflar o cuff para a comunicação com a família e equipe.

O declínio é visível e os Cuidados Paliativos se tornam imperativos.

O trabalho fonoaudiólogico às vezes se limita a adaptação de válvula de fonação. Em muitas vezes são realizadas diversas tentativas de estimulação alimentar via oral, porém sem sucesso já que o paciente apresenta aspiração alimentar e não auxilia nas sessões de terapia fonoaudiológica. O uso da válvula é essencial para a comunicação entre o paciente, família e equipe. E a atuação da equipe de saúde mental.

Atuação da Psicologia Em Cuidados Paliativos:

O envelhecimento é um processo natural do desenvolvimento humano, mas também é uma produção da cultura que revela significados sociais.

Neste processo há mitos construídos socialmente que delimitam o lugar e o papel da pessoa idosa, dificultando novas significações a respeito da existência e do viver.

Os mitos sociais que serão tratados neste momento são a deterioração do corpo, que se torna fragilizado e vulnerável ao adoecimento e a constatação de que o ser humano nesta fase da vida é decadente e descartável, portanto improdutivo.

A presença de uma doença pode favorecer a interrupção no curso da vida, ameaçando a realização de projetos, desejos e necessidades. Vivencia-se nesse contexto a perda de um corpo saudável e a possibilidade da morte.

As habilidades adquiridas ao longo do nosso processo de desenvolvimento não são permanentes, são transformadas com o tempo e com as necessidades, portanto perdas são experienciadas com o envelhecimento, mas não significa perder a capacidade de escolher e decidir sobre o modo como quer viver.

Tentamos evitar ou até mesmo retardar algumas perdas, mas elas acontecem, algumas por escolha e outras simplesmente aparecem e nos despertam sentimentos diversos.  É o fato de cada ser humano experimentar as perdas de maneira singular que nos permite pensar em cada caso.

As perdas são acompanhadas de sofrimento e este precisa ser cuidado na dimensão física, das dores do corpo; na dimensão psíquica, do enfrentamento diante da nova condição; na dimensão social, do distanciamento do seu cotidiano e na dimensão espiritual, resgate da esperança.

Atuação do Terapeuta Ocupacional Em Cuidados Paliativos:

Os cuidados paliativos são conjuntos de medidas capazes de promover melhor conforto e qualidade de vida, sendo cuidados totais, ativos e integrais oferecidos ao paciente com doença crônico / degenerativa.

Pensando nos cuidados totais, a atuação do terapeuta ocupacional vem ao encontro com estas medidas, uma vez que este atua buscando potencializar a atuação do homem no fazer, em sua autonomia e funcionalidade, assim como prevenindo rupturas e desconforto da pessoa acometida por tais patologias. Visa à assistência tanto ao paciente como ao familiar, a fim de oferecer maior conforto, dignidade e qualidade de vida.

A partir dos dados dos pacientes, os objetivos e condutas adotadas nos atendimentos de terapia ocupacional são traçados em:

            -Proporcionar conforto e evitar deformidades e redução de risco de acometimento de úlceras de pressão. 

            – Proporcionar estímulos cognitivos com atividades significativas, uma vez que o envelhecimento acarreta perdas funcionais, perdas estas, potencializadas tanto pelo adoecimento como pela hospitalização, principalmente a de longo prazo.

            -Mantê-lo em contato com atividades prazerosas e trabalhar a socialização/interação, inserindo-o no grupo dos homens e em eventos promovidos pelo hospital e aberto aos pacientes, pois, a hospitalização exige do idoso distanciamento de familiares, amigos e objetos pessoais, havendo uma mudança muito importante no hábito de vida.

            – Fazer orientações aos filhos e cuidador quanto aos estímulos oferecidos e a necessidade de adequação de acordo com o ambiente, gosto e o momento do paciente.

            -Proporcionar a escuta terapêutica ao paciente, família e cuidador, oferecendo um suporte emocional nos momentos de angustia devido à presença do adoecimento.

A pessoa em cuidados paliativos pode sofrer uma diminuição do sentido do eu e da autoconfiança, devido a rupturas do estilo de vida. Alguns idosos encontram dificuldades para identificar objetivos relacionados ao tempo de vida restante.

A liberdade de escolha do paciente nesse processo deve ser valorizada, permitindo o lidar com atividades que faça sentido, quando há sentido.

Considerações finais

            O longo período de adoecimento, a fragilidade, as limitações, o distanciamento do seu cotidiano pelo prolongamento da hospitalização, são aspectos importantes a serem considerados e cuidados pela equipe multiprofissional.

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